terça-feira, 28 de outubro de 2008

A CG como indicador social



Um dia quando estava indo pro Downtown dei carona a uma amiga que estava indo para uma boate gay aqui no centro do Recife. Quando chegamos perto ela olhou pra aos arredores e soltou um “poxa, está lotada de gente feia”. Eu achei a afirmação completamente infundada, afinal quase não havia carros em volta da boate. Questionada ela seguiu com sua teoria. “Essa boate SEMPRE está lotada. Quando tem muito carro é porque está lotada com um nível mais alto de gente. Assim, sem carro, quer dizer que só tem frango liso, que veio de busão. Mas, menos ruim, podia ser bem pior. Podia estar cheia de motos CGs do lado de fora”.

Quanto a lotação da boate gay eu não sei mas quanto a moto CG servir com indicador social nisso eu concordo plenamente. Acredite, se está indo para algum lugar, qualquer lugar, e na frente existem muitas CGs paradas... corra. Saia dali. CG é sinônimo de ISENTO. Qualquer um que adquire uma moto por que foi convencido por um texto como “Seu vale transporte de todo dia pode se tornar um meio de transporte de todo dia. Compre sua moto por apenas R$ 4,00 (por dia)” pode ser enquadrado como ISENTO.

O corolário dessa teoria é o fato de que até o próprio motoboy, quando promovido para coordenador de logística e operações – vulgo chefe dos motoboys, troca sua CG por uma Twister 250. Ele sabe que a CG faz dele apenas mais um e sua nova moto vai ajudá-lo a se destacar no meio da multidão. Já viu um motoboy de Twister? Ele pilota com aquela cara de quem chegou lá. Geralmente usa um capacete caro, que comprou em 12x no cartão e que levanta a queixeira pra que todos possam ver seu sorriso de homem que deu certo.

Na praia tudo fica ainda mais claro. Aqui na praia de Boa Viagem você segue, devagar pela avenida litorânea, procurando um lugar para estacionar (impossível), analisando qual o melhor ponto para entrar a esquerda e deixar o carro a uns 400m e voltar andando até o lugar escolhido. Além da concentração de bundas é necessário observar os arredores da própria avenida. Se avistar aquelas 500 CGs imprensadas... corra. Mundiça, farofa, ramerada, pagode, colares de aço da grossura de um dedo, bermudas abaixo do joelho com pentelhos a mostra, cabelinhos pelados na lateral e tatoos que mais parecem feitas de tinta de bic. Ali certamente vendem cerveja polar e Pitoca (Pitú com Coca). É a imagem do inferno.

O mesmo vale para Shows. A relação CG estacionadas x quantidade de ingressos vendidos transmite perfeitamente o perfil do público. Muita CG? Ingresso de no máximo R$ 15,00. Pode esperar neguinho dançando na boquinha da garrafa, briga por causa de alguma menina chamada Sueliany e muitas empinadas no horário da saída. O Rum merino e o conhaque Dreher dominam.

Aceite a CG como indicador social. Lembre que pouco carro ainda pode significar que o lugar está vazio. Já muita CG....

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