segunda-feira, 6 de outubro de 2008

João do Poste não! Mais respeito com o prefeito.

E João se elegeu. Mas qual João? É engraçado observar as plaquinhas de “eu já sabia” que surgiam próximo ao fim das votações. É divertido ver como diversos blogs agora citam todas as qualidades do novo prefeito como se elas estivessem estado o tempo todo a vista e eles, o blogueiros, não as tivessem citado simplesmente por isenção. Isenção meu OVO direito. Isso se chamava medo do segundo turno. Rasgar seda para um candidato que corria um risco de não ser eleito num segundo turno pode deixar alguém que depende de influência política pra viver na geladeira por todo um mandato. E esse risco era real, como provaram os números.

Como disse antes aqui no Blog espero realmente que João da Costa se mostre capacitado para o cargo que foi eleito. Espero que não se torne um Celso Pita recifense, administrando sob a batuta de João Paulo – que, como eu já disse, me decepcionou no seu recente mandato. João da Costa vai ter todas as possibilidades de provar sua real capacidade mas para isso vai ter que provar primeiro que não há nenhum titereiro puxando as cordinhas. Costa agora assume uma responsabilidade ímpar: a de consagrar, por vez, a administração do PT em Recife – se tornando um dos melhores cabo eleitorais de João Paulo para se lançar ao Governo – como ele, João Paulo quer – ou ao Senado – como anseia, por motivos óbvios, Eduardo Campos. Mas, se por um lado João da Costa pode se tornar a cereja do bolo, por outro ele pode ser a pá de cal. Uma má administração, ou mesmo a cassação, pode garantir munição para a agora oposição (aqui em Recife já não cabem mais os termos direita e esquerda, os partidos, tirando os nanicos, já não podem mais ser divididos por ideologias) utilizar fartamente no próximo pleito.

Eu já disse e repito: não me satisfaz esse alinhamento total no executivo. Pra mim é uma verdade universal que toda unanimidade é burra – ou se faz, quando se trata de unanimidade política. Agora que a temos corremos um sério risco de ver toda a administração sendo utilizada para fins eleitoreiros, para a manutenção do poder. Observem bem como a administração de João Paulo foi melhor quando não havia alinhamento total, quando Jarbas e Mendonça estavam no governo. Haviam preocupação em mostrar serviço e não em conquistar votos. Não houve Dona Lindú, nem Conde da Boa Vista (que agora que não vai mudar MESMO) nem outros descalabros do tipo.

Bom, João (escolham um), faça o seu melhor. Mas faça o melhor pela cidade, pelo povo, não pelos planos políticos de seus padrinhos. Escrever sua própria história ou ser apenas um capitulo na história de outrem, essa é sua escolha. O Rei não morreu, mas, ainda assim, viva longa ao novo rei.

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