terça-feira, 23 de setembro de 2008

E agora José? Ou melhor, e agora João?

João já pode dar tchauzinho?


Cassaram JC. Opa, calma crentaiada, estou falando de João da Costa, candidato a prefeito do Recife pelo PT. O candidato, apoiado pelo atual prefeito e pelo governador, que aparecia com 48% das intenções de voto agora encontra-se sob júdice. E agora?

Bem, antes que boa parte de vocês vibre de alegria é bom saber que AGORA isso não muda muita coisa do ponto de vista jurídico. O PT recorrerá e, até chegarmos no TSE ele continua candidato. É claro que o simples fato de ter sido considerado culpado do uso da máquina já dará muita munição para seus adversários e fará céu e terra tremerem. Mais uma vez vemos um fato inesperado (será que era mesmo inesperado?) mudar o rumo das eleições no Recife. Roberto Magalhães deve estar, neste momento, segurando a barriga, que, certamente, esta doendo de tanto rir. O mesmo Roberto que perdeu a eleição para João Paulo por uma banana.

Quem, em sã consciência, acreditava que não havia uso da maquina? Tenho um amigo que, enquanto funcionário do PT em cargo comissionado, era OBRIGADO a comparecer a todos os eventos sob pena de ser perder o emprego na Sec. da Habitação. Sempre foi assim, independente de ser PT ou não. Sempre será assim.

Agora, mais uma vez, vozes se levantarão a gritar que o PT é um partido mais sujo que a nossa direita. Eu discordo. O PT é tão sujo quanto nossa direita. A diferença é que, como diriam nossas avós, quem nunca comeu melado quando come se lambuza.

O que me irrita no atual discurso do PT não é o fato de ter se tornado, em sua maioria, um partido neo-liberalista de viés econômico. É a diferença entre o discurso e a prática. Se colocar como o partido do povo quando, claramente, fazem economia para os banqueiros e mega investidores, aliciando o povo com migalhas e programas sociais puramente eleitoreiros. É um presidente que se diz um homem do povo, pobre, mas cujo o filho enriquece de forma absurdamente suspeita do dia para a noite. Um homem que abusa da confiança daqueles que mamam em suas tetas quando afirma que não sabia de nada.

João Paulo, o atual prefeito, merecia sim uma lição. E faz tempo. Agora, quem sabe – espero eu – ele a tenha. De um homem simples, singelo e humilde a um ditador com fome de poder que impõe sua vontade com mão-de-ferro. De um político escolhido pelo povo para governar para o povo a um administrador cegueta responsável pela Conde da Boa Vista, pela Nova Av, Boa Viagem, pelo túnel Nada à Lugar nenhum e pelo absurdo chamado parque Dona Lindú. Se nós, Recifenses, tivemos que engolir todos os descalabros eleitoreiros de João Paulo no último mandato pior foi pro PT Recifense que teve que agüentar João do Poste como candidato imposto pelo prefeito.

O mesmo João Paulo que, pasmem, se julga acima da justiça quando afirma “que a grande aceitação popular” de Costa estaria consolidada, e isso o tornaria imune às denúncias. “O tapetão perde a força por conta do nosso apoio popular. Quando o povo quer, não dá para mudar” (Jornal do Commercio de ontem).

Se João da Costa será, ou seria, um bom prefeito talvez nem saibamos. Se ele teria capacidade de se desvincular da forma personalista de governar de João Paulo talvez não saibamos. O que eu SEI é que a oposição é necessária, é prudente. O alinhamento total dos poderes me assusta e devia assustar a todos. Pelo bem da democracia o ideal é que haja uma oposição eficiente, com poder de policiar e fiscalizar a situação e esse alinhamento total praticamente destrói esta possibilidade dando a situação o poder total sobre aqueles que administram.

No mais vou ficar aqui, no meu lugar, admirando a reviravolta, e torcendo para que o acontecido sirva, no mínimo, a fazer com que algumas pessoas saibam que salto alto derruba. Sempre.