segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Minha presepada preferida

O hipocondríaco fez um post (que pode ser lido AQUI) sobre algumas das traquinagens preferidas da garotada nos idos tempos de nossa infância – infelizmente a maioria dos guris de hoje acham que traquinar é entrar em site de putaria escondido dos pais.

Sinceramente acho que Marcel era muito bonzinho e ingênuo. Eu era bem mais escroto. Bem MESMO. Relacionei lá mesmo algumas das minhas prediletas num mega comentário e terminei gostando tanto que vou relacioná-los abaixo. E, para não dizer que dou apenas o gostinho, ainda produzi um manual passo-a-passo de minha traquinagem predileta. Espero que gostem.

1. Colocar batata no escapamento do carro do vizinho.
Fácil, rápido e objetivo. Não precisam muitos preparativos e pode ser executado em qualquer local.

Material
Batata de tamanho médio
Carro não vigiado

Basta inserir a batata no escapamento, tomando cuidado para que ela entre muito justa. Observe se ao ser lançada com o “papoco” a batata não vai atingir ninguém. Aí é só se posicionar e esperar o incauto dar a partida. Observe a reação dele que acredita que o carro esta desmontando. Evitar pregar esta peça em cardíacos.

2. Jogar papel higiênico molhado da varanda.

Diferente de cuspir, onde havia só prazer da goipada, o papel higiênico precisava de uma certa técnica.

Material
Um rolo de papel higiênico
Balde com água
Varanda de um prédio alto

Primeiro você prepara umas cinco ou seis bolas grandes e meladas e uma menor. Apague todas as luzes do apartamento – é muito importante. Ao ver um incauto entrando na área de risco você lança a menor com intenção de errar. Conte até dois e deixe cair o resto. Observe que existe uma diferença entre deixar cair e lançar. O profissional sabe que a precisão é muito maior quando você apenas deixa cair, com um leve movimento de mão. Quando o primeiro cai no chão próximo ao alvo, ele, acreditando ter escapado, olha pra cima pra lhe chamar de filho de uma puta e é atingido por uma saraivada de papel molhado na testa. Conte até 20 e espere o interfone tocar.Não atenda.

3. Atolar merda no buraco de devolver ficha dos antigos orelhões.
Infelizmente não podemos mais pô-la em prática depois da substituição das fichas por cartões.

Material
Bosta (de preferência de gato)
Paletinha para segurar a portinhola aberta.
Paletinha para acomodar a merda no orifício.
Um orelhão de ficha.

Encha o buraquinho de bosta enquanto mantém a portinhola aberta. Escolha um lugar próximo para não perder as reações da vítima. Ela sempre, repito, sempre, enquanto amaldiçoa seus ancestrais até a quinta geração, limpa os dedos no próprio orelhão, criando uma obra de arte fedorenta.

4. Encher lata de pedra.
Fácil de executar, sem a necessidade de muitos preparativos, mas um tanto dolorida.

Material
Uma lata de um galão de tinta (que pode ser substituída por um saco de papel ou caixa de sapato)
Pedras pesadas
Rua pouco movimentada

Encha a lata de pedra e deixe na rua. Sempre surgirá um corno pra chutar a lata e quebrar os dedos dos pés. Parece um imã, atrai mesmo. Aconselho ficar fiscalizando o resultado de longe pois os Ronaldinhos Gauchos wannabe não costumam aceitar muito bem o fato de terem ficado mancos.

5. Bomba inflamável de merda.
Essa é um clássico que nunca envelhece. Funciona melhor com vitimas do sexo masculino, mulheres tem uma tendência a ter uma crise histérica, voltar para dentro de casa e pegar um balde de água.

Material
Saco de pão (aquele marrom)
Merda, muita merda
Um pouco de álcool
Isqueiro

Aqui o importante é o timing. Encha saco de pão de merda (de preferência de consistência não muito solida), coloque na porta do vizinho, ateie fogo e toque a campainha. Aí é só ir pra longe e se divertir com o vizinho tentando apagar o fogo pisando e espalhando toda aquela bosta quentinha.

E a obra de arte:

5. Apartando a briga.
Sem dúvida a mais divertida de todas elas (e a mais escrota também) Essa precisava de toda uma preparação e encenação e por isso mesmo preparei um manual passo-a-passo.

Preparando o material.

A) Pegue um cabo de vassoura. Se for preciso desatarraxe a vassoura deixando as cerdas de lado.



B) Encontre um gato cagão e recolha o resultado de sua obra. É importante que seja merda de gato. O futum da merda de gato não sai nem por decreto e certamente vai potencializar as risadas.



C) Espalhe uma discreta camada de merda por toda extensão do cabo de vassoura. É importante não exagerar na quantidade para que não seja fácil perceber que o pau está melado. Uma camada fina e uniforme deve resolver.



D) Não esqueça de deixar uma área de segurança, onde será a empunhadura.



Reunido a galera
Você vai precisar juntar uma galera. Com cinco almas sebosas já funciona mas o ideal são uns oito ou nove.

E) Um deles vai fica com o pau, tomando cuidado para empunhar pela área de segurança, deixando o lado previamente bostalizado para cima.



Dois vão interpretar os brigões enquanto o resto vai fazer papel de agitadores.

Botando para funcionar
Aqui entra a parte da encenação, a parte mais complicada.

F) Enquanto a turma em volta agita, estimulando, os três do centro simulam uma discussão. A alma sebosa armada agita o pau em posição de defesa enquanto os outros dois o ameaçam.



Dêem inicio a um bate boca com os seguintes argumentos:

- vai, cai dentro, vem levar umas lapadas.
- É, você é macho assim porque tá com esse pau na mão. Larga essa pedaço de pau se você for homem.
- Pra você pegar? E eu sou otário?
- Dê aí a alguém, seu babaca, frouxo filho de uma puta.
- Se tivesse alguém pra segurar esse pau eu dava uma surra nos dois.

G) A essa altura alguns desconhecidos já estarão em volta, querendo ver alguém apanhar. Um dos curiosos, sedento de sangue, vai ter a brilhante idéia de segurar o pau pra ver o cacete comer. Se por acaso ninguém se oferecer escolha alguém, de preferência não muito grande, e peça a ele pra segurar o pau pra você enquanto você da umas tabocadas nos babacas.



H) Estenda a pau para o otário fazendo com que ele pegue mais ou menos no meio da área bostalizada. Quando ele segurar com vontade puxe-o, o pau, claro, para você.



I) O resultado será uma bela camada de merda espalhada por toda a mão do pobre caboclo. Agora é tentar correr morrendo de rir (coisa desnecessária quando se arma essa presepada com umas 10 pessoas - melhor com a mão melada de merda que melado e apanhado, pensa a vítima).



Ficaram de fora da lista: colocar pó de giz sobre o ventilador da sala de aula enquanto ele estiver desligado, colocar gelol no filtro do ar-condionado, colar tampinhas de garrafa na pata do gato, passar graxa no visor do microscópio do laboratório do colégio e muitos outros.

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