Eu sou um chato, admito. A idade não está ajudando muito. Mas sou um chato com conteúdo, um chato com uma motivação e um propósito: estar sempre certo. E, acreditem ou não, nem sempre estando certo, na minha opinião, estou errado (é complicado mas sei que são capazes de entender meu ponto de vista). Julguem vocês pelo texto abaixo.
Hoje estava na praia, como disse no post anterior, largado embaixo de um guarda-sol. Ficar na praia de Boa Viagem, na altura do Acaica é um quase suplício para mim. Gente demais, cocotagem demais, vendedores demais, fumantes demais. Não dá para tomar banho de mar, coisa que eu amo, afinal os tubarões já pegam jacaré nas marolas e se água chegar no meu saco já significa um alto risco. Eu já não agüentava mais me fingir de surdo para me livrar dos cantadores, apontado para o ouvido e fazendo uma tentativa de linguagem de sinais enquanto emito sons guturais, ou tentar explicar as vendedores de óculos que aquele legitimo modelo HB por módicos R$ 15,00 não me interessavam. Como podem perceber eu exercitava meu mal-humor na vera mesmo.
Estava ali, de bobeira, observando o povo “diferente” que passava, quando essa figura estranha se aproxima. Um marrudinho, estilo frigobar de motel, baixo e quadrado, com cara de playboy sujo e com aquele cabelo seboso, nojento antro de piolhos, todo grudado, que não vê água há tempos, característico de alguns rasta. Até ali era apenas mais um animal na estranha fauna da praia de Boa Viagem. Mas de repente o cara puxou um bagulho, rapaz, vocês não tem noção. Era um verdadeiro charutão de maconha. Imenso o trambolho. Mas puxou na boa, na maior, como se fosse a coisa mais comum e acertada do mundo. Caralho, pensei, agora esse maconheiro de merda vai jogar esta catinga de bosta de gato com mato queimado para o lado de cá.
Eu sou um quadradão. Um publicitário quadradão MESMO, acreditem. Nem lança eu sequer cheirei. Agora não condeno ninguém por usar estas merdas. Quer usar? Usa. FODA-SE. São seus neurônios sendo assassinados ali. É você que fica com cara de mongol, parecendo um sequelado. Agora faça isso no seu espaço. Você não tem que provar nada a ninguém, não tem que chocar nem causar polemica. Porra, um filho de uma puta que acende uma merda daquela na frente de um monte de gente quer apenas chamar atenção. É um babaca, um merda, um imbecil.
Olhei para aquele bosta e passei a observar o idiota que, descontente de apenas acender aquele bagulhão ainda fez questão de ficar em pé e desfilar de um lado para outro, se sentindo o próprio Fidel Castro, se sentindo o próprio herdeiro de Bob Marley. Ser uma pessoa observadora tem lá suas vantagens. Você consegue ver muito além do que as pessoas querem mostrar. Um filhinho de papai se passando por alternativo, um pseudo reagueiro, seguidor de Jah o ou quer que ele acha que seja. Uma coisa muito comum aqui em Recife, boyzinhos que vão pro maracatu, freqüentam festas no morro, andam com os marginalizados, mas dormem em confortáveis camas em apartamentos de mais de 200m quadrados em bairros chiques. Babacas que pregam o socialismo, a inclusão e não dividem sua gorda mesadinha com ninguém. Aquele otário estava ali, pagando de rasta mas usando uma Sandália de R$ 150,00, uma bolsa Kiplinkg de uns R$ 280,00, um relógio de R$ 800,00, A tatoo nas costas por si só já entregava a condição social. Um enorme dragão super colorido que deve ter custado, por baixo, mais de R$ 2.000,00.
É claro que, como bom chato que sou, arregalei os olhos para tentar ver algum PM só para ver aquele imbecil engolir aquele bagulho nas carreiras com medo de ter que explicar ao papai o motivo de ter levado uma bela prensa na praia de Boa Viagem. Pra variar não havia um só PM a vista. Juro que se eu tivesse uma carteira de policia ou mesmo de segurança de condomínio teria me levantado, dado uma carteirada naquele merda e sentado um tapão no escutador de reagge. Deus não dá asa a cobra. Aquele infeliz teria levado a mãe de todas as tabocadas no toutiço matando o restante dos neurônios que ele ainda tem.
O pior que não é uma coisa incomum. A turma acende seus baseados pouco se lixando para quem estiver do lado. Não acredito que se trate de uma necessidade, mesmo que digam que é um vício. Pra mim é pura SAFADEZA.
Bom, se mais algum chato está lendo isso aqui e tem uma carteirinha de “otoridade” já tenho uma proposta de diversão para o próximo fim de semana. E aí, bora dar lapada em uns babacas?
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