quinta-feira, 13 de novembro de 2008

My Own Worst Enemy - o médico e o monstro em versão moderna


My Own Worst Enemy é uma versão moderna – e muito bem adaptada – do Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Isso define bem a premissa básica da série, um homem bom (não vamos entrar em análises mais profundas sobre o Dr. Jekyl, não é mesmo?) que é, algumas vezes, dominado por sua contra-parte maligna, perversa e sem pudores. Só que agora a história não é ambientada no passado e sim num presente conturbado e não envolve mais um médico, uma fórmula e sim um funcionário corporativo e tecnologia. Mas o monstro ainda está lá.


Qual o disfarce perfeito para um agente secreto? Como fazer com que sua real identidade nunca seja posta à prova, que ele desapareça após cada missão só surgindo novamente quando for requisitado? Fazendo com que ele se torne outra pessoa, e que esta pessoa simplesmente não saiba sobre sua vida dupla. Aqui o homem bom não se torna o homem mal, o homem mal se torna o homem bom.

Henry é um pacato funcionário corporativo, bem casado, com dois filhos e com uma vida chata, comum e medíocre. Mas o seu lado mal está à distância do aperto de um botão. Um botão que ao ser pressionado traz a tona Edward, um agente secreto MODÁFUCA, altamente treinado e sem o menor escrúpulo. O disfarce perfeito. Edward sabe da existência de sua contra-parte, a quem abomina, enquanto Henry dorme o sonho dos justos e pacatos sem desconfiar que boa parte de suas memórias são implantadas – é muito legal ver como eles ajustam os erros de continuidade, implantando na memória de Henry os machucados e contusões sofridos por Edwards durante as missões. Mesmo que as memórias, os tickets, impressos e pistas indiquem que Henry estava em um simples simpósio durante a semana são implantados. Ele na verdade realizava um assassinato no outro lado do mundo.

Como se o plot já não fosse bom o bastante temos ainda o quase canastrão Christian Slater no papel de Henry/Edward – um ator que apesar de suas limitações eu curto bastante, e uma reviravolta já no primeiro episódio. O que fazer se o chip que controla a mudança de personalidade der defeito? O que fazer quando um assassino se torna um babaca assustado que mal sabe empunhar uma arma no meio de uma missão? Como lidar com um agente perfeito defeituoso?

Além de toda a reviravolta política na trama, quando a equipe de Edward resolve ocultar de seus superiores o defeito – evitando assim sua eliminação, temos ainda a disputa entre Henry e Edward. Henry sofrendo com a descoberta de que sua vida é uma mentira, de que ele é assassino frio e que sua contra-parte é muito melhor de cama que ele – é hilário ver como Henry sofre ao perceber que está sendo urso de si mesmo e que sua mulher está muito feliz com sua aparente evolução sexual. Edward cada vez mais paranóico sabendo do risco que corre mas, de certa forma, se divertindo humilhando e torturando Henry psicologicamente.

Uma série muito bem produzida que ainda está nos primeiros episódios. Vale a pena demais acompanhar, garanto que o primeiro episódio já fisgará você. Uma das mais promissoras entre as novas séries (estou acompanhando ainda The Mentalist, True Blood e Fringe). Espero que curtam.

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