

Batman - O Cavaleiro das Trevas *****
The Dark Knight EUA, 2008
152 minAventura / Ação / Drama
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan e Jonathan Nolan
Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman, Maggie Gyllenhaal, Michael Caine
Antes de seguir a diante preciso lhes contar algo a respeito da transposição do Batman para o cinema. O Batman de "Dead End”, de Collora, é o que eu sempre quis ver no cinema. Colante cinza, muito mais pra um brutamontes super ágil e treinado do que para um burguês higth-tech. Infelizmente sei que esse nunca verei. Hollywood não está pronta para filmes que só agradarão fãs xiitas. Mas antes de Collora havia Burton. Torci o nariz para Michael Keaton como Bruce/Batman, franzino demais. Não conseguia vê-lo como Batman, não conseguia vê-lo como meu herói predileto. Grata surpresa ao ver que o estilo gótico de Tim Burtom havia levado ao telas um mundo que, se não era o que eu desejava, era um que podia me agradar. O ar fantástico sem exageros, o clima gótico retro fiel aos quadrinhos, a escuridão e o emblema amarelo. E, confesso, foi disso, exatamente disso que senti falta em Cavaleiro das Trevas.
O filme é bom, muito bom. Claro que o roteiro não me agrada completamente mas a experiência como um todo é fantástica. Mas ali não está O Batman. Ali está um vigilante que precisa caçar e combater um psicótico que, como um reflexo distorcido de si mesmo, o faz duvidar do valor de sua cruzada. Não é herói dos quadrinhos. E isso é bom. Isso significa que a idéia de Nolan de tentar transmitir veracidade ao filme, de trazê-lo para uma realidade mais palpável funcionou. Neste mundo todos são falíveis, todos carregam culpas, todos tem medo de alguma coisa. O ataque que o Batman vem fazendo ao mundo do crime não ficaria impune, e a reação tem um preço muito maior do que todos queriam pagar, até mesmo os mafiosos.
As lutas estão mais dinâmicas, o Batman mais ágil, o lado investigativo mais presente. Uma real melhora em relação ao Batman Begins. O que funcionou continua lá. Michael Caine é o Alfred, o Alfred dos quadrinhos. Ex-agente secreto e atual mordomo, comparsa e figura paterna de Bruce Wayne, seus diálogos com Cristian Bale são inteligentes e sagazes e funcionam perfeitamente como válvula de escape para toda tensão que vemos na tela. Morgan Freeman e seu Lucious Fox está lá, repetindo o papel com a mesma maestria do anterior. Ele traz nobreza ao universo do morcego. Gary Oldman é o Tenente Gordon. Fisicamente e psicologicamente. Com sua melancolia, ele carrega nas costas todo peso e responsabilidade de ser o bastião do departamento de policia de Gotham. É muito bom vê-lo interpretar sem os maneirismos e cacoetes que demonstrou em vários de seus papeis.
Aaron faz bem seu papel como um Harvey Dent ambicioso, que consegue nos transmitir a dualidade de seus conceitos, a dúvida sobre seu posicionamento. Um homem que acredita que os fins justificam os meios. Disposto a tudo para libertar Gotham e ser reconhecido por isso. Maggie Gyllenhaal acrescenta mais profundidade ao papel de Rachel do que a sra. Cruise jamais poderia. Temos uma personagem crível.
Agora vamos ao que todos estão esperando.
“As coisas que mais gosto na vida são dinamite, pólvora e gasolina. E elas custam muito pouco”. Com essa frase o Coringa de Ledger mostra a que veio. Um homem sem nada a perder. Um agente do caos. O coringa, com toda sua loucura e inteligência lançada sobre Gotham. Sua psique é exposta em cada ação, em cada olhar, cada vez que ele, de forma repulsiva, passa a lingua entre os dentes de forma ofídica e acintosa. Não vou assumir a postura de tantas outras pessoas que, por ocasião de sua morte, elogiam de forma desmedida a sua atuação neste filme endeusando cada cena onde ele aparece. Isso séria diminuir muito sua filmografia. Ledger teve um desafio pela frente, dos grandes, suplantar o Coringa de Nicholson. Ele assumiu essa responsabilidade, se entregou ao personagem e o transformou, sem dúvida, no vilão que Nolan precisava. Ele está assustador e repulsivo. Temos raiva dele. Tememos o Coringa. Ledger conseguiu.
A fotografia, seca e ágil ajuda a dar o clima. As cenas de ação, ao contrário do que muita gente vem alegando, não estão mais exageradas do que deviam. Elas são muito bem equilibradas com todo o lado psicológico do filme, elas estão lá como mais um personagem que faz muito bem seu papel na trama.
O meu veredicto? O que está fazendo aqui lendo esta resenha? Vai ver o filme! Ele vale cada um dos seus 152 minutos.
Botando Lenha na fogueira
Lembram da cena, no Batman de Tim Burton, onde o Bat-jato (me sinto ridículo colocando estes bats na frente das palavras) passava em frente a lua e todos no cinema gritavam UAU e batiam palmas? Lembrou? Não perde por esperar a cena com a Batpod, a moto. Prepare-se para fazer UAU e bater palmas. Uma dica? Parede.
2 comentários:
Spoiler suuuuuuuuuuxxxxx!!!!!!
Hhahahahaha. Deixe de ser fresco que não tem SPOILER aí não. Tem dica.
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