quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Eu já sabia (e já sabia MESMO)


Eu não assisti a derrota do Brasil para a Argentina. Um dos motivos foi que não teria a menor graça segurar uma placa escrita “Eu já sabia” na frente da TV. Ah, Eden, você e o resto do Brasil, o país dos técnicos de futebol, estão dizendo isso AGORA. Não, não, não. Não é bem assim.

Eu fui fã de Dunga. No passado? Sim, no passado. Fui fã do Dunga jogador. Fã dele na seleção. Defendia sua posição de capitão, discutia quando o chamavam de grosso e pegava ar quando alguém afirmava que ele não tinha técnica para estar entre os melhores do nosso futebol. Reconheço que Dunga não era um jogador de grandes qualidades técnicas, não era. Mas ele tinha algo que falta em muitas das nossas estrelas: raça. Amor pela camisa.

Ficava vidrado com ele gritando no meio do campo, distribuindo perdigotos a torto e a direito. De dedo em riste não perdoava ninguém. Jogadores adversários, jogadores do próprio time, juízes e técnicos. Pisou na bola levava uma esculachada daquele fiel representante do futebol arranca toco. Com aquele cabelo em pé, que o deixava a cara do Manolito da Mafalda, ele era realmente o capitão, digno de dividir a patente com um de nossos heróis contemporâneos, o outro capitão, o Nascimento. Mas e o Dunga técnico da Seleção Brasileira?

Deixem-me colocar a coisa de outra forma. O cara nunca foi técnico nem de time de várzea e em sua primeira experiência como técnico ele assume a função mais importante do futebol mundial? Sim, porque, tirando os cartolas, a função mais importante do futebol, em tese, seria a de técnico da melhor seleção do mundo, não é mesmo? Engraçado, se alguém procura um emprego de zelador pedem a ele que comprove experiência. Que experiência Dunga comprovou como técnico?

E o pior é que ninguém gritou. Algumas vozes se levantaram, num burburinho vão, e logo se calaram baixando a cabeça para os mandos e desmandos da CBF. Mais uma vez o brasileiro deixou a vã politicagem tomar conta de seu maior lazer. Agora nem pão, nem circo. O absurdo é tão grande que podia ser comparado com elegermos um metalúrgico sem nenhuma experiência no executivo para o cargo de maior importância do país. Ah, é, esqueci. Nós, que aceitamos o Dunga técnico, elegemos o Lula. Eu já sabia. E tenho dito.Lucros Finanças Economia Ganhos Lucros Dinheiro Carros Veiculos Empréstimo Tecnologia Cinema Rendimento Ações Bolsa de Valores

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