Sexta-feira, por volta das 19h45 Jorge chegou em casa. Como de costume ele deu um beijinho na mulher, acariciou os filhos e foi direto na cozinha, abrir as panelas para experimentar o jantar. Abriu a primeira. Nada. Abriu a segunda. Nada. Levantou a tampa da frigideira. Nada.
- Porra mulher, que merda é essa? Eu chego em casa, cheio de fome e não tem nada pra eu comer! Assim não dá. Depois leva um chifre e fica aí, cheia de mimimi. Cacete. Quer ficar de vagabundagem o dia todo...
Os olhos da mulher saltaram das orbitas, vermelhos como sangue. Ela bufava enquanto partia para cima de Jorge.
- Vagabundagem? Vagabundagem?! Escuta aqui, seu bosta, eu trabalho como uma escrava o dia todo. Sem descanso. Acordo antes de o galo cantar pra fazer seu café e dos meninos, depois lavo a louça, lavo roupa, faço almoço, pego os meninos na escola, ponho almoço, lavo louça de novo, arrumo a casa, ajudo as crianças com as tarefas, faço compra. É o dia todo sem parar! Vagabundagem?!! EU MAL TENHO TEMPO DE LIMPAR A BUNDA!
-Pois é, quanto a bunda suja, isso é outra coisa que eu queria conversar com a Sra...
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