segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Por dinheiro é mais gostoso

bons tempos 80

Quando adolescente eu era pálido, magro e cheio de espinhas. E, acreditem ou não, isso não tinha nada a ver com o famoso “cinco contra um”. A minha aparência era resultado direto do vício por fliperama. A magreza vinha do fato que eu não me alimentava no colégio (nem quando devia almoçar) para juntar dinheiro para jogar. A palidez pela quantidade de tempo enfurnado nos Playtimes da vida. As espinhas eram resultado do calor tremendo daquelas pequenas e maravilhosas bodegas.

Eu passei pelo Tk80, CP400, Atari, Odissey, Comodore 64, Amiga, Master System, Genesis, PC, Playstation 2, Xbox360, Wii e Playstation 3 (assumo que nunca fui um nitendista). Eu experimentei todos eles. Eu fui viciado em todos eles. Mas, assumo, nunca foi tão gostoso quanto quando eu PAGAVA para jogar.

Não sei se acontecia com vocês mas parece que ter dinheiro em jogo fazia aquilo tudo muito mais excitante. E a última ficha? A bendita última ficha? Ela, que devia ter sido parte de minha passagem para casa (eu as vezes andava 4km pra casa para jogar a passagem) pesava na mão. Ficava irado quando entrava um imbecil pra me desafiar, me dava um piau e me tirava da maquina. Puxava a tomada. POFT. “Nem eu nem tu!”. Vai lá chorar pro ficheiro pra ver se ele resolve tua vida.

Ficha de chumbinho, técnica para botar crédito com canudo e amizade com os cheira colas, valia de tudo. Bons tempos. E, para relembrar os bons tempos alguns dos meus jogos prediletos estão relacionados abaixo. Tenho ainda uma relação imensa com os que ficaram de fora mas não fava pra relacionar todos aqui sob o risco de fazer o maior post de todos os tempos.

Contudo quem lembrar de algum deixe nos comentários.

Space Invaders

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Eu não sei quanto a vocês mas esse certamente desvirginou minha vida fliperamistica. Naqueles idos tempos eu não estava muito preocupado em zerar o jogo, apenas em destruir o dedo médio e, ocasionalmente, acertar a torta voadora que passava rapidinho lá em cima. Nem sempre a primeira vez é traumática.


Galaga

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Já prestaram atenção de que galaga foi a inspiração para Tropas Estelares? Mas é! A terra combatia a invasão de insetos espaciais! O jogo não tinha muito segredo… era só sentar o dedo com vontade (muita vontade) e bancar o Detefon espacial. Dava pra perder um tempo jogando esse aí.

 

Moon Patrol

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Quem não ficou fazendo esse fusquete lunar pular rochas, crateras e minas enquanto ouvia aquela musiquinha chiclete? Naquele tempo eu achava que pular e atirar ao mesmo tempo era um senhor desafio. Perdi muitas fichas nessa peste desse jogo mesmo sabendo que nunca ia chegar a lugar nenhum. Acho que o pior mesmo era ficar ouvindo o diacho da música em todo canto que ia…


Rally-X

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Eu me amarrava no joguinho onde o carrinho peidava. Podem rir. Eu achei que eram flatos poderosos. Perdi algum tempo e fichas nessa máquina. O maior problema pra mim é que eu preferia dar firulas nos adversários que coletar as bandeiras.

 

Donkey Kong

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Joguei. Eu assumo. Joguei. Mas, PORRA, hoje eu fico imaginando o que aceta me fazia querer subir até encontrar um macaco gigante!!! Cacete, era pra correr pro outro lado!!! Pular barril meu ovo direito, ter o rabicó queimado então. Sinto muito, princesa, você vai ter que se acostumar com bananas.


Arkanoid

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Joystick é para os fracos. Inovador, Arkanoid contava com uma rosca que devia ser girada de um lado para o outro fazendo um negócio que parecia uma peia de duas cabeças rebater uma bola em tijolos. O pior que eu era amarradão nesse jogo. A sacada dos power ups era foda. Tinha o “enlarge your penis” que deixava o pirocão maior, o “flagra de sogro” que fazia ele diminuir pela metade, o que deixava grudento, o multiplicador de bolas, enfim, todos quase tão legais quando o que lhe permitia ATIRAR!!!!


Elevator Action

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Cara, se você não deu uma de 007 nesse jogo pode devolver sua carteirinha de gamer. Você subia e descia naqueles estranhos elevadores em parede, mandando bala em tudo que se movia. Tudo para chegar no subsolo e sair arrancando no seu carro. Ficava puto quando era esmagado pelo elevador e mais ainda quando percebia que ia levar um teco por causa da porra da porta vermelha.

 

Kung Fu Master

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Um clássico jogo de “salve sua amada” mas que envolvia algo que fascinava todo jovem nerd: kung fu! Você ia andando dentro daquele DOJO, chutando e esmurrando todo Zé Ruela que passava na frente, desviando de facas, pisando cobras e acertando vasos em pleno ar. A música era um espécie de protótipo de bate estaca, repetitiva e ritmada. Eu tentei, juro que tentei, mas nunca, nunquinha, consegui passar do terceiro andar.

 

Karate Champ

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Mulher é a razão da discórdia no mundo. Agora por causa de uma sósia da Minie Mouse dois Danieis Larusso vão trocar sopapos tentando se provar o melhor carateca. A grande sacada do jogo era justamente não ter botões. Eram dois joysticks que combinados liberavam os golpes. Quem não adorava socar aquele touro no meio da fuça?


Yie ar kung-fu

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Você era um lutador de kung-fu com pernas de alicate (perdi meu cavalo) que dava saltos imensos e gritinhos gays enquanto largava sopapos em gordos chamados Buchu e desviava de leques assassinos. O legal era que você combatia contra vários mestres das mais diversas armas do Kung-fu. O cara da corrente me custou muitas fichas…


Ikari warriors

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Em Ikari você era um rambo genérico, com uma metranca nervosa e algumas granadas, pronto para meter chumbo em todo mundo. Um dos joguinhos que eu até curtia jogar mas que era difícil de doer…


Commando

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Se Ikari era Stallone Commando era Schwarzenegger. O mesmo conceito, inimigos que pareciam umas baratas tonta e muita, muita bala na telinha. Era andando, mandando granada e sentando o dedo pra cima.


Gun Smoke

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Eu me sentia o próprio Trinity jogando Gun Smoke. Não tinha pra ninguém. Saía de arma em punho mandando tecos e mais tecos na cara dos procurados. E quando subia no pé de pano? IURRÚ! Cara, eu tinha muita raiva daquele chefe índio, muita raiva.


1942

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Câimbra nos dedos… esse era sempre o resultado de algumas partidas de 1942. Esse nem joguei muito, nessa época estava viciadão em Double Dragon mas confesso que dei meus tirinhos. Aquele looping para fugir dos tiros era o pipoco!

 

Double Dragon

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A doença, o vício, a fome, a alegria. Mais uma vez o sofrimento para salvar uma piranhazinha. Rapaz, quando o macho lá colocava ela nas costas e levava embora… ah, haveria sangue! O mais legal de Double Dragon eram as cotoveladas e agarrar os meliantes por trás para o amigo sentar o braço. O vício era tão grande que ninguém nem discutia em ficar com o rosinha ou com o azul, o negócio era meter ficha pra cima. Parece mentira mas um amigo quebrou o dedo de tanto jogar essa disgrama. Saudade…


Cabal

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Era um joguinho diferente. Você era uma mistura de Rambo com Diego Hipolito, mandava bala, granadas e acrobacias para fugir do fogo inimigo. O mais legal mesmo era destruir todo o cenário em busca de armas melhores e a dancinha ridícula que o personagem fazia enquanto passava de cenário. Me custou muitas fichas zerar este infeliz.


Operation Wolf

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Inovador ao extremo pois era a primeira vez em que utilizávamos armas, e logo uma uzi, como joystick. Você via marmanjos de todas as idades tentando salvar os reféns e derrubar as centenas de adversários que insistiam em tentar lhe atrapalhar. Ficou complicado? Granada neles!

 

Green Beret

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Esse praticamente eliminava todo o universo oriental de Shinobi e trazia a ação plataforma pra um estilo mande bala e pergunte depois. Esse também me custou lanches e mais lanches que terminaram virando fichas.


Shinobi

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Quem não foi viciado em Shinobi que ouse levantar o mouse. Um ninja modafóca lançando estrelinhas e dando lapada em todo tipo de inimigos. O jogo era muito bom. Os mestres de fase e as fases de alvos eram um desafio a parte.

 

Sunset Riders

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Pra mim foi a transposição de Gun Smoke para o estilo plataforma. Até o lance dos carinhas aparecerem na janela, de você poder montar o pé de pano. Eu até gostava mas não joguei muito.


ghosts n´ goblins

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Outro devorador de fichas. Lá vamos nós mais uma vez salvar a mocinha das garras do malvadão. Seja em sua pesada armadura ou apenas de cuecas você deve enfrentar todo tipo de criaturas assustadoras, de Zumbis a Minions e Plantas Carnívoras. Minha arma preferida sempre foi a faca e sim, eu consegui ZERAR (com algumas fichas, claro).

 

Rygar

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O que dizer de um cara que roda o escudo numa terra inóspita? Seria ele uma puta guerreira? Rygar certamente marcou época e engoliu fichas de muita gente. Eu não jogava muito, confesso, mas achava divertido. Vocês lembram de um adversário que era a cara do Fanático?

 

Robocop

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Um de meus preferidos. Tudo era legal nesse jogo. A arma, com suas rajadas curtas, os estágios onde você treinava, dar murro nos motoqueiros, dar aqueles pulos toscos. Não interessava, você podia ser Alex Murphy por alguns instantes e isso valia todas as fichas que conseguisse gastar!


Dragon Ninja

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Ah, esse aqui estava ali, junto com Shinobi, marcando a nova safra de flipers (não o golfinho). Você era um de dois irmãos lutadores que, pra variar, tinha que salvar uma donzela em perigo (naquele tempo ainda existiam donzelas). Acho que o que mais marcava era a possibilidade de você concentrar seu chi num papocão de primeira que derrubava uma cambada de uma vez só.

 

Rastan

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Voc6e já havia sido Rambo, já foi Robocop e agora seria CONAN. Sim, Rastan era um Conan tarja amarela mas até que dava um caldo. Você podia pegar novas armas, dar pulinhos aviadados e cravar a espada no chão. Mas, e daí, você era o Conan, porra!


Gladiator

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Era um jogo velho besta, concordo, afinal você era um gladiador que podia ser derrotado com uma tijolada! Mas, vamos lá, quem não ficava tentando deixar as guerreiras só de calcinha ao invés de matá-las logo, hein?

 

Black Dragon

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Um guerreiro com mania de se pendurar nas coisas andando por cenários escuros e assustadores. O jogo era foda. Divertido e desafiador me fez perder muito, muito tempo tentando chegar ao final.

 

Golden Axe

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Acho que esse foi um dos jogos mais concorridos de todos os tempos. Filas e filas se formavam para sentar espadadas na galera sendo um guerreiro, uma guerreira ou um anão. Esse eu zerei várias vezes. Achava ducarai lançar a magia na hora certa e salvar o dia fazendo meteoros choverem do céu. O foda era ter pesadelos com um leprechaum de pijamas roubando minha comida.

 

Vendetta

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Além da possibilidade de ter 4 jogadores ao mesmo tempo o jogo ainda permitia que você pegasse várias armas legais do chão e baixasse o sarrafo na galera. Divertido sim mas um belo comedor de fichas.


Ninja Gaiden

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Você era muito mais que um ninja, você era um ninja que dava uma surra em uma porrada de Jasons! O legal de Ninja Gaiden era se pendurar nos postes e ficar chutando os Zé Ruelas e dar uma de Diego Hipólito e, no meio de uma estrelinha, dar uma chave de culhão no cara e jogá-lo longe. Era um papa ficha.


Mortal Kombat

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Esse foi um divisor de águas, não só pelo uso de imagens “reais” na movimentação dos personagens como pela temática adulta e violenta. Arrancar o coração, queimar, arrancar a espinha. O legal não era exatamente jogar, era vencer e dar o fatality. Nada mais humilhante que perder do seu desafiante e ter sua espinha arrancada.

 

Pit Figther

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Enquanto Mortal Kombat usava imagens capturadas para lançar você em um universo fantasioso e violento Pit Figther ficava só com o violento mesmo. Bem vindo ao mundo da luta de rua!

Thiago Madureira me lembrou mais uns 35 jogos que eu havia esquecido e isso já deu material para um novo post com os mais novos (pós Mortal Kombat e clássicos como Out Run). Segura a onda que em breve o novo post com os que faltaram estará no ar.

5 comentários:

Madureira disse...

Ah, saudosismo :)

Se eu fosse lembrar as peculiaridades de cada jogo o comentário ia ficar maior que o post, mas algumas coisas valem a pena :)

Zerar gun smoke com uma ficha só(aliás, eu nunca usava continue, pra mim só conta zerar se for com uma ficha só).

Jogar Golden Axe com a mulher, encher a magia dela(era a maior) não usar até chegar no começo da segunda fase, ficar meia hora com o boneco parado esperando as caveiras pretas(cavalos do cão, pior que o Death Adder), sim amigos, se voce ficasse se abestalhando apareciam as caveiras pretas do demo pra voce ser obrigado a se mexer. Ver o povo olhando teu jogo e querendo jogar e ficanto P da vida pq voce demorava, aí quando tinham 15 caveiras na tela, voce soltava a magia e matava todas, só de raiva, hahahahahahaha.

Em karate champ tinha uma sequencia de movimentos e golpes que nunca falhava, repito, nunca falhava, já passei mais de 4 horas jogando, acabei sendo proibido de jogar :)

Tem muito mais, mas só conto se marcarem um NoB, ae.

Glaydson disse...

Clássicos!
Post sensacional.

Para quem jogou Rally-X, a finada banda brasiliense The Little Quail and The Mad Birds gravou uma versão rock'n'roll do tema. Imperdível.

Midia Online disse...

Nossa cara me fez voltar a infancia.
Coisa que pessoalmente gosto muito e faço isso com frequencia em meu blog.

Post sensacional nota 10


Não se fazem mais jogo como antigamente. Os jogos não tinham grafico nao tinham a tecnologia de hoje mas conseguia prender você no video game de uma forma muito legal.

Parece que tudo de antigamente era especial.rsrs

Jogos, programas de tv etc

Vlw abraço

Anônimo disse...

Putz, arrebentou na seleção dos jogos.
Um bem marcante na época tb foi o arcade das Tartarugas Ninjas, que assim como o Vendetta, podia ser jogado com 4 players!

O legal é poder jogar td isso com os emuladores hj em dia!

Até hj jogo Gladiator, Elevator Action ...

abraços

Bombons Dias disse...

Cara, realmente estes jogos eram muito bons, até hoje jogo em emulador, claro que não é a mesma coisa, mas dá pro gasto.