segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Felon - Condenado
Eu gosto de filmes sobre prisão. Você pode até me chamar de sádico, talvez eu ate mesmo seja, mas gosto de ver todo sofrimento que o recém chegado na prisão tem de enfrentar. Tá certo, concordo que na maioria das vezes os roteiros terminam sendo parecidos, é verdade. Alguns, como Um sonho de liberdade e Pappilon, dão um show a parte mas a grande maioria cai no lugar comum. Mas ainda assim gosto deles. E tenho orgulho de adicionar Felon a minha lista, colocando-o, imediatamente, na mesma categoria dos dois acima. Querem saber porque?
Condenado****
Fellon, EUA, 2008
Duração: 104 min.
Gênero: Drama
Distribuidora: Sony Pictures
Direção: Rick Roman Waugth
Roteiro: Rick Roman Waugth
Elenco: Val Kilmer, Stephen Dorff, Sam Shepard
O roteiro é bem manjado. Pai de família, Stephen Dorff – mais conhecido por seu fraco papel em Blade (1998) vai parar na cadeia e tem que aprender a sobreviver entre guardas sádicos, gangues e toda violência que ele ate então desconhecia. Com a ajuda de um prisioneiro experiente, John Smith, representado por Val Kilmer. Certo, mas se é tudo tão igual porque então o filme deve ser visto?
Porque, entre outras coisas, o roteirista e diretor Rick Roman, soube como contar a história. Sem perder muito tempo dramatizando a prisão de Wade, papel de Dorff, ele investe na sua mudança, no sofrimento e no desespero de ver que não tinha mais controle sobre seu próprio destino. É palpável sua agonia e sua esperança de sair logo dali para reunir-se com a família. O roteirista/diretor não perde tempo com voltinhas, criando subterfúgios para entendermos os personagens. Ele se preocupa apenas com que entendamos e concordemos com um único fato: a prisão nos torna insensíveis. Em um momento impar ele nos mostra que um pai amoroso e equilibrado, o chefe da guarda, pode ser um homem frio, contaminado crueldade com quem convive todos os dias. A história é previsível. A forma como ela é contada não. Para dar maior veracidade e realismo as cenas de luta Roman optou por utilizar vários ex-detentos como atores de deixá-los brigar. Não houve coreografia, apenas violência gratuita que chegou a causar duas concussões em Dorff.
Mas digno de nota está Val Kilmer. Considerado por mim, e aposto que por muito de vocês, um ator sem grandes capacidades interpretativas ele surpreende como o introspectivo e intimidante John Smith. Gordo, de cabelos brancos e óculos de aros grosso, com o corpo cheio de tatuagens, ele nos brinda com um personagem que nos parece perfeitamente crível. Um homem amargo, perigoso, solitário, um verdadeiro sobrevivente. Recomendo.
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