Jogador de GUITAR HERO não come ninguem

Guitar Hero provou a este que vos escreve que nem tudo está perdido. Eu sempre fui mais desafinado que transa de gato. Mais fora de ritmo que uma lata na goteira. O meu caso é tão sério que em aniversário eu finjo cantar parabéns, fico só na dublagem. Se eu cantar estraga a festa. Aí veio o Guitar Hero e me provou que eu consigo manter uma batida, que há luz no fim do túnel. Já Rockband me mostrou que eu posso até cantar (mesmo que tenha de ser sozinho afinal ninguém além de mim concorda que eu possa cantar). Eu ainda vou escrever um post sobre o jogo, estou esperando sair a versão nova.

Mas até lá divirtam-se com o texto abaixo de autoria do Theo. Por mais que goste do jogo não posso discordar dele. Riam como eu ri... para não chorar.


"Bom, vocês sabem que vosso querido gamer emocore está discorrendo sobre Guitar Hero em sua coluna transformista, mas isso é absurdamente irrelevante. Confesso que não li a coluna, afinal, eu não leio sobre Guitar Hero E não leio colunas de… games. Eu JOGO games. Assim como vocês deveriam OUVIR música.

O fato é que, como ex-guitarrista que sou, acho Guitar Hero a coisa mais imbecil de todos os tempos se tratando de música. Tá, você vai lá, pega uma guitarra de plástico com botões coloridos, fica na frente de uma TV PULANDO, DANÇANDO e PENSANDO ESTAR TOCANDO. Não, você não é um rock star porque conseguiu tocar Ruby, do Kaiser Chiefs, no nível ultra-hard-emocore-gamer. Vou te contar o que é ser um guitarrista.

Se bem que eu nem preciso, né?

Você passa um bom tempo esfolando seus dedos, uma bela academia para as suas mãos. ás vezes dá medo de suas impressões digitais SUMIREM, mas isso passa. Cada esforço é necessário, o retorno está nos primeiros acordes de Higway to Hell. A descrição de tocar (TOCAR, de verdade, FAZER a música SURGIR no amplificador) sua música favorita no tempo certo e da forma certa é… bem, é inútil tentar descrever isso. Inútil. Então…

“Tocando” Guitar Hero você só vai ressaltar o óbvio: Você é noob. Não há argumento contra isso. Você pode jogar este jogo com um controle convencional, bacana, é um jogo comum e você pode pedir pra sua namorada jogar as músicas ruins (como a primeira citada nesta coluna) enquanto você vai soltar um cagão. Agora, não me venha com essa guitarra de plástico. Primeiro: Você não vê uma gostosa semi/totalmente nua segurando uma guitarrinha de brinquedo. Segundo: Você não pega uma gostosa tocando uma guitarrinha de brinquedo. Aliás, você não pega ninguém desse jeito.

Outro fato indiscutível é que, após o Wando, o guitarrista é o maior comedor da música. Você pode ser tão feio quando o Pizurk, o Estagiário, mas basta ter uma guitarra - DE VERDADE! - nas mãos que você vai pegar geral. A não ser que você não saia da garagem, é claro.

Inclusive, isso é incrível. Quando eu saia de casa carregando uma guitarra, as gordinhas que antes nem olhavam para a minha cara começaram a me cumprimentar e, pasmem, até mesmo parar na rua. Acho que é esse o ranking das mulheres (de 15 a 22 anos): 5 - Pagodeiros; 4 - Caras engraçados; 3 - Novamente, pagodeiros; 2 - Jogadores de Futebol (que não deixam de ser pagodeiros); 1 - Guitarristas.

Agora, sai com uma guitarra de plástico na rua, bonitão.

Sabe o que é demais? Punks nem precisam saber tocar e pegam mais mulheres que você com essa guitarrinha aí. Se bem que até eu pego mais mulher que você, mas é porque eu sou terrivelmente bonito. Enfim, Guitar Hero é uma vergonha, a maior de todas. Você pode jogar Cooking Mama, Pony Game ou God of War que, beleza, a gente vai zoar você e fica só nisso. Agora, jogar com uma guitarrinha de plástico, dando… pulinhos? Até gostar de Beatles é mais aceitável que isso."

É, o jeito é ser engraçado já que prefiro virar padre a pagodeiro e zagueiro também não come ninguém.

Ps. Eu gosto dos Beatles, e muito. Foda-se Marcel.