quinta-feira, 7 de agosto de 2008
O circo eleitoral 2008
Alguns humoristas dizem que, ao contrário do que imaginam os incautos, ano de eleição é ruim para eles. É impossível concorrer com os candidatos. Eles conseguem fazer humor melhor que qualquer comediante ou humorista. Brincadeiras a parte, tempos de eleição rende muito assunto, é verdade. Pensando nisso resolvi criar esta coluna, que vai mixar assuntos divertidos e comentários mais sérios sobre as eleições e tudo que eu acreditar ser interessante sobre ela.
Hoje, ao visitar o Kibe Loco (algo que acredito que a maioria de vocês também faça) me deparei com o vídeo que posto abaixo. Antes de seguir adiante que tal vocês assistirem (preparados para sentir muita, muita vergonha alheia).
Este é Lauro Rodrigues, do PT do B, candidato a prefeitura de Curitiba. O vídeo acima virou, rapidamente, sucesso na WEB, apresentado no TOP 5 do CQC e publicado em diversos blogs e foi citado em diversos meios de comunicação. Um verdadeiro tiro no pé eleitoral. O que deveria ser cômico é na verdade trágico. Certo, exagero meu, trágico é forte demais. Mas é digno de uma análise mais atenta do que este vídeo representa.
O que faz um partido investir recursos em uma candidatura nanica, sem a mínima representação e possibilidade de destaque? Entre outras coisas para dar certo destaque à legenda, ganhar alguma força cedendo seu apoio em um segundo turno (buscando vantagens e cargos) e dar viabilidade a o candidato visando às próximas eleições (no caso para deputado federal, estadual ou governador). A estratégia é correta, é assim que a maquina eleitoral funciona. E onde está o erro? Na escolha do candidato.
Se as oportunidades de exposição são tão limitadas é certo dizer que devem ser aproveitadas ao máximo. Isso significa, entre outras coisas, escolher um candidato que possa proporcionar esta exposição (positiva), garantindo os resultados esperados e descritos no estratagema acima. O mínimo que um candidato precisa ter é a orientação necessária para que, nas poucas vezes que receber algum destaque na mídia, se sair bem. Falhou duplamente o partido: na escolha do candidato e na sua preparação (ou falta dela). A última pesquisa do DATAFOLHA sobre a prefeitura de Curitiba cita Lauro com menos de 1% das intenções de voto. O interessante é que o mal resultado de Lauro no debate gerou uma mídia espontânea que certamente já valem muito mais do que os R$500.000,00 que o PT do B afirma pretender investir na campanha para prefeitura de Curitiba. Podemos ter até, não apostaria mas pode acontecer, um aumento em sua participação nos resultados devido ao voto de protesto (o mesmo tipo de voto que elegeu o macaco Tião, Clodovil, Frank Aguiar e tornou Enéas – o homem da bomba atômica, popular). E mais interessante ainda é que este aumento na participação do resultado contraria os interesses do partido que vê seu candidato ganhar representação pelos motivos errados e sua estratégia ir por água abaixo.
Este é o circo eleitoral brasileiro. E está só começando.
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